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Como a Havaianas amplia a reciclagem de sandálias e impacta cooperativas

Postado 15/08/2022

A marca Havainas, iniciou em 2020, um projeto piloto em 26 lojas para conscientizar os consumidores sobre o descarte adequado de sandálias e, consequentemente promover a reciclagem. A iniciativa, em parceria com a startup de gestão de resíduos TrashIn agora chega a 84 lojas em 24 cidades no Brasil. Em entrevista à EXAME, Zezé De Martini, diretora de sustentabilidade e reputação da Alpargatas, dona da Havaianas, compartilha os aprendizados.

Segundo a executiva, os chinelos, que antes eram enviados para aterros sanitários, hoje são separados e vendidos pelas cooperativas de reciclagem parceiras, da mesma forma que ocorre com alumínio e vidro, por exemplo.

“Esta mudança contribui para o aumento da renda dos cooperados e, consequentemente, de suas famílias. As cooperativas que estão participando do projeto recebem orientações técnicas e, em alguns casos, auxílio financeiro para fins de estruturação administrativa e física”, diz Zezé.

Desde o início, o Havaianas reCICLO já beneficiou cerca de 513 famílias por meio das cooperativas de reciclagem. Com isto, foram cerca de 18 toneladas de sandálias recicladas até junho desde ano. Ao invés de virar lixo, as sandálias são transformadas em outros produtos como tapetes, pneus maciços utilizados em carrinhos de mão e mobiliários revestidos de manta de borracha, como os bancos e prateleiras presentes em lojas Havaianas.

“Desde o início, com reuniões semanais entre as equipes, traçamos os objetivos do mês e acompanhamos de perto a evolução das frentes de trabalho. E recebemos mensalmente os relatórios da Trashin com os resultados de volume de sandálias coletadas e outras informações detalhadas dos impactos do Havaianas reCICLO, como dados referentes à neutralização do carbono e a quantidade de famílias impactadas", diz Zezé.

Outro ponto importante é que rota logística do programa foi estruturada para ser carbono zero, com o uso de bicicletas na coleta em algumas lojas e a compensação do carbono emitido pelos outros modais - como carro e caminhão - por meio do plantio e da preservação de árvores na Amazônia.

"Quando falamos de investimento financeiro, a Alpargatas vem investindo para garantir que o ecossistema de reciclagem das sandálias se estruture, prospectando novos parceiros no mercado, investindo em pesquisa e contribuindo para que a borracha tenha mais valor agregado, como ocorre com o alumínio hoje. Sabemos que temos uma longa jornada pela frente, mas focamos em um crescimento atrelado a parcerias com empresas, cooperativas, transformadores e recicladores".

O Havaianas reCICLO

O projeto começou com o objetivo de testar o modelo nas cidades de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Em poucos meses, o programa incorporou novos pontos de coleta, chegando às cidades de Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Aracaju (SE), Porto Alegre (RS), Campinas e região metropolitana de São Paulo (SP) e Ilha Grande (RJ). Em 2021 o programa expandiu-se globalmente, chegando na Europa, América do Norte, África e Ásia. Hoje, já são 122 pontos de coletas em 12 países.

Para o CEO da Trashin, Sérgio Finger, este projeto já dava sinais de que daria certo por haver um grande engajamento. “Todos sabiam que estavam colaborando para resolver um grande problema de forma criativa, viável, prática e sustentável.  Os números mostram que o projeto está no caminho certo e nosso objetivo é chegar em ainda mais locais para conscientizar mais pessoas sobre a importância do descarte adequado das sandálias”, afirma Finger.

Para descartar as sandálias basta o consumidor depositá-las em um dos coletores Havaianas reCICLO, disponíveis nas lojas. A lista com todas as unidades participantes está disponível no site da marca.

FONTE: www.exame.com

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